4 de outubro de 2012

Vitória Republicana no Debate de Denver!

Barack Obama gostaria de estar passando a noite com a mulher Michelle, celebrando 20 anos de casamento. Mas sua obrigação era estar ali, na Universidade de Denver, na frente de dezenas de milhões de americanos, no primeiro debate presidencial, como parte do esforço, well, para renovar os votos por mais quatro anos. E o presidente não estava.
Ele cedeu o palco, a tela e a narrativa para um mais passional, articulado e agressivo pretendente republicano Mitt Romney. A expectativa era de que Obama vencesse o debate. Ele perdeu. A expectativa era de que Romney fosse mais voraz para compensar sua desvantagem nas pesquisas. E ele correspondeu.
Romney se mostrou presidenciável. Ele não estava na presença dos anões das primárias republicanas e cresceu pois Obama estava encolhido. Romney batia na tecla que Obama teve quatro anos para resolver os problemas nacionais. Podemos discutir se o prazo era suficiente ou se o fardo é excessivamente pesado, mas o fato é que o presidente parecia efetivamente cansado por carregar a bagagem, até letárgico. Como dar mais quatro anos para ele?
Em outros momentos, Obama estava irritadiço e com um sorriso afetado que irritava. E quando precisava ser agressivo, o presidente não aproveitou as oportunidades. Obama não explorou os pontos de Romney, ao estilo do que tem funcionado nos comerciais negativos de campanha como a riqueza do candidato republicano ou seu comentário sobre os 47% de americanos que gostam de mamar no governo.
Romney, embora muitas vezes impertinente, estava até engraçado e afável. E, muito importante, estava específico e moderado, decidido a seduzir o eleitor indeciso, até acenando com compromissos bipartidários. Por este motivo, era afiado nos argumentos, mas respeitoso do presidente. Foi um debate sem fogos de artifícios retóricos ou gafes.
Não vou aqui entrar nas minúcias do debate, que deixariam leitores brasileiros bem zonzos. Afinal, o debate foi sobre questões domésticas, em temas como impostos, déficit, programas sociais e filosofia de governo. Mas a fuzilaria de números e estatísticas tributárias e fiscais colocou muita gente para dormir durante o debate e foi uma festa para os contadores e checadores de fatos. O que conta para mim é reconhecer que debate presidencial é teatro e o desempenho de Romney foi indiscutivelmente melhor.
Marqueteiros democratas não estão perdendo tempo com mentiras deslavadas. Eles reconhecem que Obama perdeu. A cascata é que, well, o debate talvez não tenha efeito cascata. Os marqueteiros lembram que o democrata John Kerry derrotou George W. Bush nos debates dIe 2004, mas o presidente republicano venceu a eleição. Em contrapartida, uma imagem memorável do papai Bush no debate de 1992 contra o democrata Bill Clinton foi olhar de forma impaciente para o relógio. Ele perdeu a hora, o debate e a eleição.
O mote da campanha de Obama é pedir mais paciência para os eleitores  O presidente vai precisar pedir mais e estar melhor preparado nos próximos dois debates. Quarta-feira, ele estava enferrujado A agulha se deslocou para Romney. Na quarta-feira, o republicano se mostrou uma alternativa com credibilidade e seu desempenho azeitado no debate lubrifica a narrativa sobre o candidato que deu a volta por cima.
Quanto a mim, ainda bem que fiz hedge numa outra coluna ao assinar o (quase) atestado de óbito político de Romney.  Se depender apenas da noite de quarta-feira, o candidato republicano se mostrou mais vivo do que eu e o Obama.


 Fonte: Veja | Redação: Caio Blinder

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